Apesar de seu forte caráter interno, por se tratar de um instrumento de apoio a pesquisas da própria Fundação, o Programa Institucional Álcool, Crack e outras Drogas prevê uma atuação interinstitucional. A colaboração e cooperação com outras instituições fora da rede da Fiocruz, sejam públicas de nível municipal, estadual ou federal; ou provenientes da sociedade civil, está prevista e será incentivada.
Os participantes do programa estão cientes de que têm à frente o desafio ser pioneiros na área de saúde pública e liderar o resto do setor numa mudança que vai além dos procedimentos. Trata-se, de fato, de uma mudança de pensamento.
Neste sentido, valorizam especialmente o impacto que iniciativas da Fiocruz costumam ter sobre o Sistema Único de Saúde (SUS). Uma das estratégias será priorizar a divulgação de informações e sua disseminação pelo SUS, de maneira a realmente influenciar a prática e as tecnologias usadas no dia-a-dia de atendimento básico da saúde em todo o país.
O Programa Institucional que tem como objetivos, articular a produção de conhecimento das políticas de enfrentamento do crack, álcool e outras drogas, bem como a análise da efetividade das estratégias adotadas. Nesse sentido, o questionamento da criminalização da miséria e a exclusão dos mais pobres, sob a justificativa da segurança individual e da “cura dos vícios sociais”, deve ser um dos elementos a serem explorados por estudos e pesquisas.
Deste modo, são relevantes as iniciativas compostas por olhares multifacetados, que trazem para o debate o conhecimento da história, ao mesmo tempo em que, trilham o caminho da investigação das necessidades desta clientela; das novas práticas de cuidado e da construção de indicadores, que possibilitem o monitoramento e a avaliação das tecnologias em curso.
De outra forma, ressalta-se que o princípio da intersetorialidade deve ser adotado por este programa institucional. As intersecções do cuidado ao usuário de drogas com a Assistência e Promoção Social, Justiça, Ministério Público, Educação, Cultura, Trabalho e Economia Solidária, configuram a necessidade do desenvolvimento de pesquisas, em que novas tecnologias de cuidado e intervenção articuladas, sejam o reflexo de uma visão transdisciplinar do problema.
O Programa Institucional deve desenvolver suas ações com vista ao fortalecimento da execução de macroprojetos do plano quadrienal, como a Rede de Apoio à Gestão Estratégica do SUS, o Programa Institucional de Avaliação de Políticas Públicas no Campo da Saúde Mental entre outros, oferecendo espaço para a modelagem de serviços e práticas de saúde, alinhadas às metas prioritárias do Ministério da Saúde e da Fiocruz.
ATIVIDADES EM PARCERIA
Participação Na UNGASS 2016 18-21 abril 2016 – Sessão especial da Assembleia Geral das Nações Unidas sobre o Problema Mundial da Drogas, na qual o assessor do PACD Francisco Netto participou de diversas atividades, com destaque para reunião com o chefe da missão diplomática brasileira em NY, Antônio Patriota, além de eventos paralelos e oficiais durante a Sessão.
Co-organização, em parceria com a Associação Brasileira de Redutores e redutoras de Danos do ao I Encontro Nacional de Consultórios de/na Rua (Abril/2016), no qual equipes de mais de 100 Consultórios na Rua de todas as macrorregiões se reuniram para debater desafios e êxitos de cada equipe e do processo de implantação dos Consultórios na Rua (Participação do Valcler na mesa de abertura e do Chico Inácio em uma das mesas, dentre outros)
Ministério da Saúde
Parceria, através da Coordenação Geral de Saúde Mental Álcool e outras Drogas, do Ministério da Saúde, para o fortalecimento da RAPS – Rede de Atenção Psicossocial. A Fiocruz e seus pesquisadores participam na formulação, problematização e avaliação da RAPS, através da realização de estudos, mobilização de especialistas, identificação de experiências de sucesso e estabelecimento de parcerias, particularmente no que tange ao cuidado ao usuário de drogas.
Associação Brasileira de Saúde Mental – ABRASME – O Presidente da ABRASME é o psiquiatra Paulo Amarante, professor da Ensp e coordenador do LAPS (Laboratório de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental e Atenção Psicossocial/Ensp/Fiocruz), além de membro do Grupo de trabalho do PACD. A ABRASME compõe, dentre outras diversas redes e movimentos no campo da saúde mental, da reforma psiquiátrica e de luta antimanicomial, a FNDDH – Frente Nacional de Drogas e Direitos Humanos, outra organização da sociedade civil com a qual é relevante travar diálogo.
Instituto Igarapé
A coordenadora do Instituto Igarapé e membro da Rede Pense Livre Alessandra Oberling procurou a coordenação do PACD e o CnaR de Manguinhos para incluí-los no Caderno de Experiências sobre política de drogas, desenvolvido pelo instituto. Além disso, discutiu-se uma aproximação do PACD com o Instituto para futuras parcerias. O Igarapé é um Instituto de Pesquisa que trabalha com segurança e desenvolvimento, propondo soluções alternativas a desafios sociais complexos, através de pesquisas, formação de políticas públicas e articulação. Trabalham com algumas temáticas, dentre as quais está a política sobre drogas - âmbito no qual se encaixa a Rede Pense Livre, composta por um grupo com mais de 70 jovens engajados em promover um debate amplo e qualificado sobre o tema.
Plataforma Brasileira de Políticas de Drogas (PBPD)
A Plataforma Brasileira de Políticas sobre Drogas (PBPD) congrega diversas organizações que atuam com a temática das drogas. Dentre as instituições que compõem a PBPD, temos: Instituto Igarapé, Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCRIM), Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC) da Universidade Cândido Mendes, Associação Juízes para a Democracia (AJD), Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD), Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes da Universidade Federal de São
Paulo (PROAD/Unifesp), Rede Brasileira de Redução de Danos e Direitos Humanos (REDUC), Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Associação Brasileira de Saúde Mental (ABRASME), Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (CEBES), Frente Nacional de Drogas e Direitos Humanos (FNDDH), dentre outras.