Levantamento sobre o perfil dos redutores e redutoras de danos no Brasil
Há mais de 35 anos, redutoras e redutores de danos atuam diariamente no Sistema Único de Saúde (SUS), desempenhando um papel essencial na promoção do cuidado e na defesa dos direitos humanos. Inicialmente voltadas ao enfrentamento do HIV/Aids, essas trabalhadoras e trabalhadores ampliaram sua atuação para os campos da Saúde Mental e, mais recentemente, para o Desenvolvimento Social. Apesar de sua contribuição histórica, o reconhecimento profissional desse grupo ainda é insuficiente.
Entre 2007 e 2008, a Associação Brasileira de Redutoras e Redutores de Danos (ABORDA) realizou o Projeto RoDa Brasil, com apoio do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais (DIAHV). O levantamento revelou um panorama importante sobre a realidade da categoria: cerca de 500 pessoas, majoritariamente nas grandes cidades, em condições de trabalho precárias, com baixa escolaridade e remuneração limitada.
Passadas quase duas décadas, novas questões emergem: quantas e quantos redutores de danos estão hoje em atividade remunerada? Em quais serviços atuam? Como se distribuem entre as políticas públicas de Saúde e Desenvolvimento Social, as Organizações da Sociedade Civil (OSC) e os contextos festivos? Quais são seus vínculos, salários e trajetórias? E como se configuram em termos de gênero, raça e escolaridade?
Para responder a essas perguntas, nasce o Projeto RoDa Brasil 2, uma iniciativa do Laboratório de Educação Profissional na Atenção à Saúde da Escola Politécnica Joaquim Venâncio (LABORAT/EPSJV) e do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental e Atenção Psicossocial da Escola Nacional de Saúde Pública (LAPS/ENSP), articulados pelo Programa Institucional de Políticas de Drogas, Direitos Humanos e Saúde Mental da Fiocruz.
A pesquisa, de caráter exploratório e censitário, será realizada em todo o território nacional e tem como objetivo principal sistematizar informações sobre o perfil das redutoras e redutores de danos no Brasil, contribuindo para fortalecer a luta por reconhecimento profissional e valorização desse trabalho fundamental para a saúde pública e a cidadania.