
O Programa Institucional de Política sobre Drogas, Direitos Humanos e Saúde Mental (PDHSM/Fiocruz) participou da 68ª Reunião da Comissão de Drogas Narcóticas da ONU (CND), realizada entre os dias 10 e 14 de março de 2025, em Viena, Áustria. Integrando a delegação oficial brasileira ao lado da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (SENAD/MJ), o programa esteve presente nas plenárias e eventos paralelos e atuou diretamente na organização de atividades que promoveram o debate sobre políticas públicas e direitos humanos.
Entre as ações promovidas, destaca-se o encontro entre representantes do governo brasileiro e organizações da sociedade civil, articulado pela Fiocruz. Na ocasião, diplomatas explicaram os processos de negociação das resoluções da ONU, enquanto a secretária da SENAD-MJ, Marta Machado, destacou o papel do Brasil na defesa da Redução de Danos e da garantia de direitos. O evento foi reconhecido como um marco de diálogo aberto entre governo e sociedade, algo inédito entre os países presentes na reunião.

O PDHSM/Fiocruz também esteve envolvido em cinco eventos paralelos copatrocinados, que trataram de temas como a incorporação da Redução de Danos em políticas públicas, vigilância em cenas abertas de uso de drogas e os impactos das indústrias extrativistas nas políticas de drogas e direitos humanos na América Latina. Essas atividades reuniram uma ampla gama de atores internacionais e reforçaram o papel da instituição como articuladora de discussões contemporâneas e relevantes no cenário global.
O Brasil, por sua vez, teve papel de destaque na reunião ao liderar uma resolução inédita que relaciona políticas sobre drogas e justiça ambiental. O país também teve participação ativa em diversas plenárias e eventos, incluindo a mediação de debates regionais com outros países latino-americanos. Além disso, a diplomacia brasileira contribuiu para a aprovação da polêmica resolução proposta pela Colômbia, que visa criar um painel técnico internacional sobre políticas de drogas, buscando reduzir a influência política conservadora no tema.
De modo geral, a 68ª CND apresentou uma nova dinâmica para a reunião, que se pautava tradicionalmente pelo “Consenso de Viena” e passou a submeter as resoluções à votação. A postura dos EUA e da Argentina, contrários à Agenda dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, isolou ambos os países, enquanto todas as resoluções foram aprovadas. Em um cenário de mudanças e tensões, a atuação da Fiocruz reafirmou o compromisso da instituição com o avanço das políticas públicas baseadas em ciência, direitos humanos e saúde coletiva.